segunda-feira, 22 de abril de 2013

Alcoolismo é o principal fator de risco para a saúde dos brasileiros


O alcoolismo é o principal fator de risco de saúde no Brasil. A informação é da Carga Global de Doenças 2010, documento organizado pelo Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde (IHME) da Universidade de Washington e com parceria de dezenas de universidades ao redor do mundo. O resultado do esforço global, que será divulgado hoje na revista científica The Lancet, lista 67 problemas que mais afetam a população em todo o mundo. No planeta, o maior mal é a pressão arterial alta, que em 2010, ano referência da pesquisa, matou 9 milhões de pessoas e afeta 173 milhões de indivíduos.
Cada região, porém, tem uma lista particular. O Brasil foi colocado em uma área denominada “América Latina Tropical”, que inclui também o Paraguai. A estimativa do estudo é que o alcoolismo afete cerca de 5,64 milhões de pessoas nestes países. Em 2010, foram aproximadamente 151 mil mortes pelo problema. O segundo fator de risco é a pressão alta, responsável por mais mortes (cerca de 274 mil), mas que afeta em torno de 5,3 milhões de indivíduos. Em terceiro lugar, a obesidade, com 4 milhões de pacientes e 141 mil falecimentos naquele ano.
Chama a atenção, no estudo, a diminuição da importância de riscos relacionados à subnutrição. A mortalidade infantil pelo problema caiu 60% entre 1970 e 2010. Passou de 16,4 milhões por ano para 6,8 milhões.
— Há 20 anos, as pessoas não tinham o suficiente para comer. Hoje, há muita comida e alimentos pouco saudáveis, mesmo em países em desenvolvimento — declara Majid Ezzati, um dos autores do estudo pela Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres, na Inglaterra.
Para o psiquiatra Nelson Caldas, da Divisão de Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o estudo mostra que houve uma preocupação em relação ao aumento da expectativa de vida, mas não com a conscientização de hábitos saudáveis.
— O alcoolismo pode levar a inúmeros problemas como, inclusive, obesidade e pressão alta, que estão no topo da lista — comenta o psiquiatra Nelson Caldas, da Divisão de Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). — É o caso de pensar se as campanhas de alerta sobre o problema têm sido realmente eficazes.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Setenta por cento dos adolescentes já experimentaram bebidas alcoólicas


Pesquisa foi realizada pelo Ministério da Saúde com jovens de 13 a 15 anos. Estatísticas mostram que quem começa a beber antes dos 15 anos tem quase cinco vezes mais risco de se tornar dependente.


Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde com adolescentes que moram nas capitais brasileiras constatou que 70% deles já experimentaram bebida alcoólica. Sessenta e um mil adolescentes entre 13 e 15 anos participaram da pesquisa.
O álcool é um fator de risco para qualquer idade, mas para um cérebro ainda em formação causa mais danos. As estatísticas mostram que quem começa a beber antes dos 15 anos tem quase cinco vezes mais risco de se tornar dependente do que quem ingere álcool depois dos 21 anos. Isso acontece porque os neurônios se adaptam à exposição ao álcool. É como se eles aprendessem a beber. 
O hábito cria a tolerância, a resistência e a dependência. “Os neurônios começam a ter um surto de crescimento. Imagina eles crescerem em termos de uma aprendizagem inadequada, como o uso do álcool e das outras drogas que vêm juntos com o álcool”, explica o psiquiatra Jairo Werner.
Segundo a pesquisa, 22% dos adolescentes já se embriagaram e 9% deles experimentou drogas. “O álcool tem sido uma porta de entrada para outras drogas. O adolescente vai perdendo a censura e começa a ficar mais corajoso para fazer certas coisas”, afirma o psiquiatra.
Para Jairo, os pais precisam refletir se estão se omitindo e subestimando o problema do álcool: “Tem que colocar limite e saber que o filho para sair tem que ter responsabilidade. Um autocontrole para o adolescente, que vai levar isso para a vida inteira”.
Estudos mostram que ingerir bebida alcoólica de três a quatro vezes por semana é considerado um sinal de alerta e deve ser evitado. E como o psiquiatra disse na reportagem encarar o problema de frente com uma conversa franca com o adolescente - e se possível ajudar o adolescente a ter autoestima, com afeto e confiança.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Histórico familiar de alcoolismo pode afetar cérebro de adolescentes

jovens podem ser mais propensos a escolhas erradas

A adolescência é uma fase complexa e os maus exemplos podem comprometer o comportamento dos jovens. Mas e quando o problema começa em casa? Pesquisadores do Oregon Health and Science University, nos Estados Unidos, observaram a existência de atividades cerebrais atípicas entre adolescentes com histórico familiar de alcoolismo.

O estudo analisou 31 jovens com idades entre 13 e 15 anos, sendo que 18 deles possuíam parentes vítimas do alcoolismo. Entre os adolescentes voluntários, não havia casos de problemas com álcool no início da pesquisa.

Jovens com histórico familiar de alcoolismo podem fazer escolhas piores
Através de imagens por ressonância magnética, os cientistas americanos estudaram a resposta dos adolescentes para tomar decisões rápidas, simulando situações com altas quantias de dinheiro envolvidas, em um jogo conhecido como roda da fortuna. A análise dos dados mostrou alterações no córtex pré-frontal e cerebelo, áreas relacionadas à tomada de decisões, entre os jovens que possuíam histórico familiar de alcoolismo.

Os cientistas acreditam que a alteração nessas áreas do cérebro possa levar a problemas de atenção e memória, afetando o comportamento dos jovens. Os adolescentes com histórico familiar de alcoolismo seriam mais vulneráveis e propensos a fazer escolhas piores, relacionadas ou não com a bebida. O estudo poderá ser usado como base para programas de prevenção ao alcoolismo.   

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cada vez mais, jovens abusam do álcool e comem pouco

Distúrbio, que combina transtorno alimentar com consumo excessivo de álcool, é conhecido como ‘drunkorexia’ e pode trazer consequências graves


A combinação entre o consumo abusivo de álcool com pouco ou nenhum alimento no estômago pode trazer graves consequências à saúde dos jovens – uma faixa etária em que esse tipo de comportamento é mais comum. É o que conclui um estudo realizado pela Universidade do Missouri, nos Estados Unidos. Apelidado de ‘drunkorexia’, o distúrbio ocorre em pessoas com transtorno alimentar, como anorexia e bulimia, e que abusam de bebida alcoólica.
A pesquisadora Victoria Osborne examinou pacientes que tinham restrição calórica e hábitos purgativos, como o uso de laxantes ou a provocação de vômito, e que costumavam beber muito. Segundo o estudo, 16% dos que foram pesquisados disseram diminuir o consumo calórico para poder beber “sem culpa”. Entre os entrevistados, o número de mulheres que admitiu o comportamento era três vezes maior que o total de homens.
De acordo com Osborne, entre as principais motivações para a ‘drunkorexia’ estão a prevenção do ganho de peso, a busca por embriagar-se mais rapidamente e a economia do dinheiro gasto em comida com o objetivo de comprar bebida alcoólica. A pesquisadora explica que o distúrbio pode trazer consequências cognitivas, físicas e comportamentais muito graves. Além disso, aumenta o risco de desenvolver distúrbios alimentares ou alcoolismo. “Essa combinação traz riscos a curto e a longo prazo, incluindo problemas de concentração, impacto na educação e dificuldade para a tomar de decisões”, diz.
Pessoas que combinam distúrbios alimentares com abuso de álcool são mais propensas a comportamentos de risco, envolvendo sexo sem proteção, violência, abuso de drogas, além do desenvolvimento de doenças crônicas. As mulheres têm mais riscos de ter problemas de saúde relacionados ao consumo excessivo de álcool – elas podem desenvolver doenças mais rapidamente e sofrer danos aos órgãos vitais mais cedo que os homens.
"É importante que os jovens compreendam os riscos desse comportamento," afirma Osborne. "Ensinamos aos estudantes universitários sobre os perigos do consumo excessivo de álcool, mas a maioria deles não considera as consequências que podem ocorrer no futuro", explica. 

O estudo foi apresentado para a Associação Americana de Psicopatologia e para a Soceidade de Pesquisa sobre o Alcoolismo.
Fonte:http://veja.abril.com.br/
Lucas Vianna

sábado, 15 de outubro de 2011

Adolescentes que bebem grandes quantidades de álcool de uma só vez podem danificar a parte do cérebro



Os cérebros de jovens mulheres são mais vulneráveis aos danos causados pelo álcool porque se desenvolvem mais cedo que os dos homens.

Testes

Por isso, segundo a pesquisa publicada em Alcoholism: Clinical and Experimental Research, aquelas que bebem demais em um curto espaço de tempo podem acabar tendo problemas ao dirigir, jogar esportes com movimentos complexos, usar mapas e ao tentar lembrar o caminho para os lugares.

Os pesquisadores de diversas universidades dos Estados Unidos fizeram testes neuropsicológicos e de memória espacial com 95 adolescentes entre 16 e 19 anos de idade.

Entre eles, 40 (27 do sexo masculino e 13 do sexo feminino) bebiam muito de uma só vez (Mais de 1,5 litro de cerveja ou quatro taças de vinho para mulheres ou mais de 2 litros de cerveja ou uma garrafa de vinho para os homens).

Os mesmo testes foram repetidos com 31 rapazes e 24 moças que não bebiam em grandes quantidades e os resultados foram então comparados.

Tecnologia

Usando aparelhos de ressonância magnética, os pesquisadores descobriram que as adolescentes que bebiam muito tinham menos atividade em várias áreas do cérebro que as que não bebiam, durante o mesmo teste de percepção espacial.

Segundo Susan Tapert, professora de psiquiatria na Universidade da Califórnia e autora do estudo, estas diferenças na atividade cerebral podem afetar negativamente outras funções, como concentração e o tipo de memória usado na hora de fazer cálculos, o que também seria fundamental para o pensamento lógico e capacidade de raciocínio.


Já os jovens rapazes não teriam sido afetados da mesma forma, de acordo com Tapert.

"Os adolescentes que bebiam demais mostraram alguma anormalidade, mas menos, na comparação com os rapazes que não bebiam. Isso indica que as jovens do sexo feminino são particularmente vulneráveis aos efeitos negativos do excesso de álcool."